Prefeitura de Maués é investigada pela Polícia Federal
A CPI da Saúde, aberta pela Câmara municipal de Maués, e seu relatório final de mais de quatrocentas páginas, somando os Anexos, agora está sob investigação da Polícia Federal. O comunicado foi feito à presidente da Casa, vereadora Ana De’ Carli.
O inquérito criminal instaurado pela PF, no 0516/2016-04, é presidido pelo delegado Wesley Sirlan Lima Aguiar. Pela contundência do relatório é provável que haja prisões após inquérito.
A comissão parlamentar de inquérito (CPI) investigou o sistema de saúde de Maués na gestão do prefeito Padre Carlos (PT) e foi realizada com objetivo de ouvir funcionários “fantasmas” lotados nos postos da zona rural do município.
Os trabalhos da comissão, que foram iniciados em dezembro de 2015, acharam irregularidades em todas as dez unidades de saúde da zona rural do município.
A primeira delas é que apenas duas estão funcionando. Há uma que está lacrada desde que foi inaugurada, em 2013, a da comunidade-polo de Osório da Fonseca, há 18 horas de viagem de barco de Maués. É a mais distante.
E é também onde está lotado como enfermeiro o atual secretário de Saúde de Maués, Anderson Jerry. Lotado em um posto que nunca funcionou.
“É o caso mais espantoso esse do secretário”, disse o presidente da CPI, vereador Luizinho Canindé (PMN). A comissão apurou, ainda, se Jerry recebia pelas duas funções ou se a prefeitura fazia outro uso do salário dele.
As unidades em atividade tinham só um técnico de saúde, mas no papel cada posto aparece com equipe completa de médico, enfermeiro, dentista.
Os nomes dos funcionários lotados foram confrontados com o cadastro nacional das unidades de saúde, que serve de base para o envio de recursos.
Nos depoimentos, a CPI encontrou outros funcionários “fantasmas”. Canindé disse que uns 15 já foram detectados, “mas há muito mais”, afirmou.
Anderson Jerry e a ex-secretária Sheila Said depuseram na CPI. Ela, que seria dentista, também é acusada de estar lotada em mais de uma unidade da Secretaria de Saúde, o que é ilegal, de acordo com Canindé.
Marcelo Guerra / Jornalista MTB 492/AM – MBA Administração Pública
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