Connect with us

BRASIL

Japão e Indochina são novos destinos favoritos dos cearenses para turismo de luxo; veja preços – Negócios

Publicado

on

As viagens de férias dos cearenses de maior poder aquisitivo estão passando por mudança nas rotas. Ainda que destinos europeus como França e Portugal dominem as buscas, rotas asiáticas para o Japão e países como Malásia, Tailândia e Vietnã, na região do Sudeste Asiático, são as novas tendências no mercado de turismo de luxo.

De forma geral, esse tipo de turismo tem como alvo um público mais do que exclusivo, com renda alta e que anda ou de primeira classe, ou em jatos fretados direto para os destinos. São poucas as exceções à regra, e elas incluem viajantes que efetuam o pagamento dos pacotes em parcelas ou ainda aqueles que saem do País pela primeira e talvez única vez.

As novas tendências de viagens foram apresentadas na terceira edição do Wee Travel Experience (WTE), realizada na semana passada no Hotel Gran Marquise, em Fortaleza, pela Wee Travel, agência especializada em turismo de experiência e viagens de luxo.

A CEO da agência, Natália Abreu, em entrevista ao Diário do Nordeste, reforça a procura para países asiáticos, no que era chamado anteriormente de ‘destino exótico’, por não ser uma rota comum de turistas cearenses ao redor do mundo, situação que vem mudando gradativamente nos últimos anos.

“A Ásia está muito forte. As pessoas estão querendo o fora do habitual. A gente saiu desse conceito de destino exótico, que era muito distante da realidade. Na verdade, é um destino que o cliente ainda não se atentou para ele. Para a gente, são ótimos destinos. Tem as cerejeiras no Japão, no outono de lá e a primavera aqui. O Japão tem muita procura”, expõe.

Veja também


Para Álvaro Hassan, especialista em destinos de Ásia na Asia Total, agência representante da Wee Travel, a descoberta do Japão como destino turístico para os cearenses traz à tona a essência da característica questionadora dos habitantes do Estado em sair do chamado lugar-comum.

Os destinos de Ásia trazem curiosidades: trazem algo voltado desde a nossa infância, de coisas que sejam destinos distantes ou que trazem algum tipo de conhecimento. Uma viagem para a Ásia traz um autoconhecimento, tira da zona de conforto e mostra outro horizonte, um mundo completamente diferente do que a gente está acostumado. Esses destinos estão apostando muito no Brasil, no Nordeste, principalmente no Ceará.


Álvaro Hassan

Especialista em destinos de Ásia na Asia Total

“Os cearenses têm uma visão de mundo completamente diferente de outras cidades do Nordeste, e isso faz com que queiram conhecer destinos tão distantes, de sair da zona de conforto, de conhecer o novo, de vivenciar experiências novas, e isso está muito enraizado na capacidade de conhecimento que todos do Ceará têm”, completa.

Quanto custa ir para o Japão a partir de Fortaleza?

O Brasil não tem voos diretos para o país asiático, localizado a cerca de 16,5 mil quilômetros (distância Fortaleza — Tóquio, capital do Japão, em linha reta).

A conectividade pode ser feita com conexão na França, no Aeroporto Charles de Gaulle, nos arredores de Paris, que recebe voos diretos da capital cearense. A partir da cidade francesa, é possível chegar a alguns dos aeroportos que atendem Tóquio. 

Os preços chegaram a ser revelados durante a WTE. Conforme o representante da Asia Total, para ir para o Japão a partir de Fortaleza, um turista deve desembolsar a partir de US$ 2,4 mil (cerca de R$ 13,9 mil na cotação atual).

Esse valor, no entanto, contempla somente a parte definida como gastos “terrestres”, o que inclui guias turísticos, transferência entre locais e ingressos de atrações. De acordo com Álvaro, existem muitas variáveis para preços das passagens e também no que diz respeito à hospedagem, devendo ser negociadas diretamente com companhias aéreas e operadores hoteleiros.

Legenda:
Yasaka Shrine, traduzido como Santuário de Yasaka, em Kyoto

Foto:
FOTO: INGRID OLIVEIRA

“O Japão entrou para ficar como um destino como Europa é para o cearense. Agora existe uma facilidade do voo da Air France, fazer uma conexão em Paris e chegar no Japão de forma cômoda. O Japão é um país número um como porta de entrada para a Ásia: organizado, seguro, com boas tarifas. O Brasil em si tem uma ligação com o Japão. A gente tem um alto índice de demanda de passageiros paro Japão e funciona muito bem, sem nenhum tipo de problema”, comenta Álvaro Hassan.

Demais destinos asiáticos, como o Vietnã, incluso no roteiro da região da Indochina, os preços partem de US$ 3,5 mil (pouco mais de R$ 20,1 mil). Já para quem vai para a Tailândia, no sudeste da Ásia, as cifras a serem desembolsadas saem de US$ 2 mil (aproximadamente R$ 11,5 mil). Assim como para ir ao Japão, passagens aéreas e hospedagens são negociadas à parte.

“Slow travel”: viagens que aproveitem o destino são tendências

As viagens internacionais e até mesmo aquelas que buscam explorar destinos brasileiros estão cada vez mais priorizando turistas que buscam estadias focadas em bem-estar e em uma maior desconexão da rotina. Natália Abreu explica o conceito desse tipo de viagem, chamada de slow travel.

“A gente percebe que no pós-pandemia as pessoas olham muito mais para si. A gente tem cliente que nunca viajou em executiva que agora só quer viajar só na classe executiva, que ficava em bons hotéis, mas não necessariamente um hotel cinco estrelas”, expõe.

“A viagem em que se contempla, vivencia o lugar, a experiência, as pessoas com quem você viaja. Aquela coisa que antigamente de viajar dez países em 20 dias está totalmente fora. Mesmo o jovem, quando vai para Europa a primeira vez, entende o que o legal é ele fazer um ou dois países, entrar de fato na imersão. Quando o cliente nos procura, é importante a gente conhecê-lo para fazer o match do que faz sentido para ele: cruzeiro fluvial, marítimo, hotel de selva, um hotel butique de praia”, acrescenta.

Apesar de a maioria dos pacotes e destinos da Wee Travel serem focados em um público com altíssimo padrão, normalmente figurando entre os mais ricos do Estado, Natália Abreu diz que a agência é focada não exatamente em um turismo de luxo, mas sim em “viagens muito personalizadas” dos cearenses para o mundo e dos turistas de fora do Estado para o Ceará. Ela admite, porém, que o turista de luxo tem uma personalização mais direta da estadia longe de casa.

Torre Eiffel

Legenda:
Torre Eiffel, em Paris. França é um dos destinos mais procurados pelos turistas cearenses

Foto:
Shutterstock

“O cliente é o primeiro a fazer essa escolha para uma viagem mais calma e tranquila. Os próprios hotéis de luxo são os primeiros a oferecerem para que o cliente possa viver essa experiência. Era quase que regra dos hotéis que o café da manhã iria até 10 horas, agora vai até 13 horas, alguns servem em qualquer horário”, classifica.

Os países asiáticos realmente estão em alta pelas novas tendências do mercado turístico, mas Natália Abreu aponta que a Europa ainda continua sendo o local favorito para as férias dos cearenses, principalmente pela ótima conectividade com cidades como Paris, Lisboa e, a partir de 2026, para Madri. Apesar disso, é fundamental buscar cooptar os turistas para o movimento inverso.

“A Europa está muito em alta pelas facilidades de voo e não precisa de visto, como precisa para os EUA. Falta para Fortaleza uma grande bandeira hoteleira. Temos hotéis excelentes e de conforto, mas não são bandeiras de, quando estamos em um mercado internacional, as pessoas se entregam para virem se hospedar de cara. Elas ficam mais fora de Fortaleza”, analisa.

 

Site filiado à Federação Nacional de Jornalismo – FENAJ

Copyright © 2023 Portal Primeira Página