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Biometria e delegacia do torcedor: o que foi feito e o que o MPCE espera no combate à violência nas torcidas organizadas – PontoPoder
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Apontada como principal medida para evitar o ingresso de criminosos nos estádios, a instalação do reconhecimento facial nos estádios não deve ser a única ação adotada para combater a violência entre torcidas organizadas. Nessa quinta-feira (13), o procurador-geral da Justiça (PGJ) do Ceará, Haley Carvalho, defendeu que o Governo do Ceará crie uma delegacia especializada para o combate a esse tipo de crime.
A declaração foi dada durante a live do PontoPoder dessa quinta-feira (13). O chefe do MPCE foi entrevistado pelos editores do PontoPoder, Jéssica Welma e Wagner Mendes.
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Haley Carvalho reconheceu que o anúncio da implementação do reconhecimento facial nas finais do Campeonato Cearense de Futebol, marcadas para os dias 15 e 22 de março deste ano, é um “grande avanço para controlar quem está efetivamente querendo torcer e quem está indo cometer crimes”.
Ele destacou a detenção de 115 suspeitos de entrarem em confronto na Capital no último sábado (8), pouco antes do Clássico-Rei. Desse total, 82 tiveram as prisões em flagrante convertidas em preventiva no dia seguinte.
“Os estádios refletem um ambiente de violência que a gente vivencia em outros lugares também. Ali é porque a gente vivencia um sentimento já aflorado que dá ensejo a essa violência de forma mais constante”, disse.
“As causas disso têm várias discussões que vão desde causas sociais até a necessidade de um maior enfrentamento dessa realidade. Acho que estamos caminhando para isso com a questão da restrição de acesso. O Ministério Público tem a proposta de criação de uma delegacia do torcedor que vá cuidar desses crimes ocorridos nos estádios, uma delegacia de grandes eventos para atuar de forma mais especializada”
Violência
O procurador-geral da Justiça comentou ainda sobre o cenário de violência no Estado. No último dia 3 de fevereiro, durante a retomada dos trabalhos da Assembleia Legislativa do Ceará (Alece), o governador Elmano de Freitas (PT) disse que está “muito insatisfeito” com os resultados das políticas públicas de segurança.
Haley reconheceu que a situação do Estado é “muito sensível”. “A criminalidade organizada é uma dor que temos não só no Ceará, mas a nível de Brasil, e exige uma atuação articulada não só entre os entes federativos, mas principalmente entre os órgãos responsáveis pela segurança pública e o sistema de Justiça”, disse.
“Esse problema exige uma atuação articulada, pensada e planejada para que possamos trabalhar contra essa nova criminalidade”, concluiu.
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